HISTÓRIA DO NAVIO - SIQUEIRA CAMPOS
Lançado ao mar, no dia 28.08.1907, como o navio
alemão Gertrud Woermann, de 6.465 toneladas brutas, construído para
a Woermann Linie KG. Possuía 132,20 metros de comprimento e 15,40 de boca.
No início da Primeira Guerra Mundial, se encontrava
no Rio de Janeiro, de onde foi impedido de zarpar. O governo brasileiro o
confiscou em 01.06.1917, e o renomeou como Curvello. Foi afretado
pelo governo francês durante o período entre 1918 e 1921.
Em 1925 o Lloyd Brasileiro passa a ser oficialmente
o seu proprietário, e em 1927 recebe o nome de Cantuária Guimarães.
Seu nome, finalmente é alterado no ano de 1931 para Siqueira
Campos.
Navio misto (carga/passageiro), foi utilizado na
rota Santos - Lisboa - Antuérpia - Hamburgo.
No ano de 1940 retornando da Alemanha, foi apresado
por navios da Marinha britânica pois trazia a bordo um carregamento de material
de guerra encomendado pelo governo brasileiro. Tendo sido conduzido até
Gibraltar, lá permaneceu, juntamente com seus passageiros durante dois meses,
até ser liberado.
Na noite do dia 24 de Agosto de 1943, navegava em
comboio escoltado pelos caça submarinos Juruá e Jaguarão.
Deste comboio também fazia parte o cargueiro Cuiabá.
Os dois cargueiros navegavam em paralelo, a uma
distância de cerca 500 metros. Ambos sem luzes acesas, devido ao risco de serem
localizadas por um submarino. Num determinado momento, o Cuiabá realiza
forte guinada, acabando por se chocar contra o outro cargueiro.
O impacto foi muito forte, mesmo que o
comandante do Siqueira Campos tenha tido tempo de tentar
evitar o desastre. Ambos tiveram seus porões danificados e grande volume de
água penetrou pelos rombos.
O Cuiabá rumou para o porto de
Fortaleza e foi encalhado deliberadamente na praia de Mucuripe. Por sua vez, o Siqueira
Campostomou o rumo da costa e chegou a fundear, na manhã do dia 25, próximo
a Aracati. Tentou-se de tudo, até mesmo alijar parte da carga, mas mesmo assim
as bombas não conseguiam dar vazão a água que entrava. Como não foi possível
realizar reparos no casco, zarpou em direção de Fortaleza. Na altura da praia
de Uruaú, o navio tocou o fundo, as máquinas pararam de funcionar e foi então
ordenado seu abandono.
A bordo apenas permaneceram seu comandante, o
imediato e o contramestre que aguardaram o socorro de um rebocador enviado de
Fortaleza. Por vários dias foi tentado o salvamento da embarcação que, acabou
sendo dada como perdida, com todo seu carregamento.
Atualmente, se encontra a 8 quilômetros ao largo da
Praia do Uruaú. Está muito raso, tanto que parte de sua estrutura foi
dinamitada como perigo a navegação. Seu costado encontra-se a 3 metros de
profundidade, e sua quilha a cerca de 10. Devido a sua baixa profundidade,
parte de suas estruturas de popa e proa podem ser admiradas fora da água em
períodos de baixa mar, como podemos ver nas fotos abaixo.